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TEA e deficiência auditiva: diagnóstico diferencial e comorbidade

Sabe-se que o número de diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, sendo que em 2020, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) apontou que a prevalência é de 1 em 54 pessoas.

Por ser um diagnóstico multidisciplinar e comportamental, por diversas vezes, pode ser confundido com outras condições. Dessa forma, é de suma importância considerar e investigar qualquer contexto além do comportamental, como aspectos neurofisiobiológicas.

Uma das questões que devem ser investigadas ao longo do processo de diagnóstico de TEA é a audição, que por vezes, é considerada diagnóstico diferencial com o espectro, quando existente alguma alteração auditiva.

Ambos diagnósticos podem ser caracterizados pelo atraso do desenvolvimento de fala e linguagem, questões sociais e até mesmo agitação motora e por isso, eventualmente são confundidos. O que vai diferir no diagnóstico são os exames auditivos, sendo eles: EOA – emissão otoacustica; PEATE – potencial auditivo de tronco encefálico; audiometria e a imitanciometria. Porém, vale ressaltar que apesar de serem situações diferentes – TEA e deficiência auditiva -, ambas podem coexistir em uma única pessoa, sendo essa, uma comorbidade.

Quando nos deparamos somente com a deficiência auditiva, todos os facilitadores são necessários para a aquisição de um desenvolvimento de forma global, como pistas táteis e visuais. Mas e quando além da deficiência auditiva, existe a comorbidade do TEA? O trabalho fica ainda mais desafiador, visto que no espectro o contato visual é restrito e comumente, há resistência ao toque.

Dessa forma, a reabilitação inicial indicada, também é auditiva, sendo essa, com aparelhos de amplificação sonora individual (AASI), implantes cocleares ou até mesmo próteses osteoancoradas, para que de alguma forma, exista um acesso à criança. Principalmente, tendo em vista que o diagnóstico mais precoce é o da deficiência auditiva, podendo ser identificado até na maternidade, por meio do Teste da Orelhinha (triagem auditiva neonatal).

A partir desse passo inicial, seguem-se com todas as demais intervenções, sendo elas auditivas e de desenvolvimento global, como fonoterapia, fisioterapia, musicoterapia e etc.

Ainda assim, vale ressaltar que quanto mais precoce for o diagnóstico da deficiência auditiva e do TEA, ou de ambos, mais precocemente são iniciadas as intervenções e por isso, maiores as chances de a plasticidade cerebral contribuir de forma positiva no desenvolvimento global dessas crianças incluindo fala, linguagem, cognição e questões afetivo-emocionais.

Carolina Campos Salvato
CRFª220427

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DEPOIMENTO – MARIANE, MÃE DO MURILO

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Venha curtir as Quartas Musicais no Shopping ABC

Quem aí gosta de música?

Se você é como nós e não vive sem uma boa música, o mês de abril será imperdível em nosso stand.

É isso mesmo, nosso stand no Shopping ABC têm sido um sucesso e atraído muitas visitas, e para incrementarmos nossas atividades, no dia 06/04 demos início as nossas Quartas Musicais, uma atração imperdível feita para você.

Nas Quartas Musicais, nossos musicoterapeutas irão tocar músicas incríveis (é sério, o repertório está maravilhoso rsrs). E você quer saber o melhor de tudo?

É um evento 100% gratuito para você e sua família, basta comparecer e curtir!

As apresentações terão início às 19h30 e será no nosso stand, no piso térreo.

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NOVA CLASSIFICAÇÃO DA CID TEA – 6A02

A CID é a Classificação Internacional de Doenças utilizada também pela comunidade médica e em 2022 entra em vigor sua 11ª Edição com algumas modificações, adições e ampliações.

No que se refere ao Autismo na Edição anterior existiam classificações sepa-radas para Asperger e para Autismo Infantil, por exemplo, nesta Edição todos os sintomas e características relacionados ao Autismo estão inseri-dos no mesmo código que possui sub-divisões.

E afinal para que serve este número?

A Classificação com um código é uma métrica que padroniza a busca por Atendimentos Terapêuticos específicos, Intervenções Especializadas, inclusive auxilia quanto aos direitos para que tem o Transtorno do Espectro do Autismo.

Este código é dado pelo profissional médico – pediatra, neuropediatra, neu-rologista, psiquiatra, que podem levan-tar Hipóteses Diagnosticas e fechar diagnósticos embasados nos dados fornecidos pela Avaliação Interdisci-plinar.

Outra alteração relevante é a que se refere aos itens relacionados ao Autismo que seriam: Deficiência Intelectual – a capacidade de aprender, criar significado, ter repertorio cognitivo; Linguagem Funcional – comunicação que identifica interlocutor, conversação, fazer comentários, estabelecer uma conversa fluída.

Dessa forma temos então as carac-terísticas base do TEA que são os Prejuízos/Déficits na Comunicação Social e Interação e Comportamentos restritivos e repetitivos que na CID estão associados ou não com Deficiência Intelectual, com ou sem Linguagem Funcional.

Importante salientar que os pacientes podem sim mudar de CID, algo que verificamos com constância na Religarem, pois os pacientes podem chegar para tratamento após avaliação com CID 6A 02.2 e através das Inter-venções migrar para 6A 02.0, por exemplo.

Outra questão bastante relevante está ligada aos 02.2 e ou diagnósticos tardios, pois quando existe “fala” mesmo que seja ecolalia imediata ou tardia, existe uma tendencia no senso comum de postergar Avaliação e tratamento, ou até mesmo de descredito no diagnóstico.

A Nova Classificação facilita também a construção do Plano Terapêutico e auxilia a escola a oferecer ao aluno o que realmente ele precisa para apren-dizagem.

A CID, portanto, traz contribuições que veremos no nosso dia-a-dia.