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A robótica enquanto tratamento para o autismo

A relação entre o autismo e a robótica

Cada vez mais reconhece-se a importância do diagnóstico precoce de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) para que o tratamento seja feito o quanto antes. Com o passar do tempo, intervenções foram sendo analisadas, estudadas e aplicadas para acolher não somente as crianças como também as famílias.

Entre as intervenções, uma que possui cada vez maior visibilidade é o uso da robótica enquanto tratamento para o autismo. O que acontece é que a robótica não só é acessível, pedagógica e social, como também promove a socialização das crianças desde cedo.

Como sabemos, pessoas com TEA tendem a apresentar dificuldades ao longo da vida no que se trata de interação social e habilidades comunicativas, podendo tornar o interesse das crianças limitados e repetitivos. Além disso, pode haver comprometimento de funções sensoriais dos autistas, ou seja, pode haver maior (ou menor) sensibilidade no que diz respeito ao tocar, sentir, ver, equilibrar ou degustar. Sendo assim, mesmo que a robótica esteja atualmente ganhando notoriedade no tratamento, não é novidade que tal abordagem seja utilizada no âmbito de práticas pedagógicas e sociais.

Da robótica à socialização de crianças autistas

Cada vez mais a robótica assume uma importância social significativa, já que inúmeras tecnologias da área estão se desenvolvendo para promover a qualidade de vida de PCDs (Pessoas com Deficiência), no caso do nosso tema, os autistas (mas afinal, autismo é deficiência? Confira nosso post respondendo essa pergunta clicando aqui).

O que a ciência têm a nos dizer sobre a robótica enquanto tratamento de crianças autistas?

“No que diz respeito a essa patologia a robótica pode estimular o desenvolvimento social e comunicativo do paciente assim como, aprimorar a sua capacidade de aprendizado e de solucionar problemas, como também, diminuir comportamentos que interferem no aprendizado e no acesso ás oportunidades para suas experiências do cotidiano. Uma vez que pesquisas apontam que crianças com TEA sentem mais facilidade na interação com máquinas, pois elas tendem a realizar repetições, o que transmite uma “segurança” aos autistas, (…). Essa interação pode propiciar as crianças uma melhora na prática cognitiva que resultará positivamente no relacionamento com humanos, principalmente no ambiente familiar.” (CONCEIÇÃO, E. C., LEONN, R. V. M., A Robótica como Ferramenta de Auxílio no Tratamento de Criança com Transtorno do Espectro Autista, p.2, Paraíba.)

De acordo com Marina Machado, doutora em psicologia da educação, é através das brincadeiras que se aprende a linguagem dos símbolos, e por consequência, se adentra às atividades sociais, criativas e culturais.

Portanto, as ferramentas robóticas auxiliam as crianças a se sentirem mais confortáveis no âmbito escolar e familiar, ajudando a desenvolver as capacidades críticas, resolução de problemas, a criatividade e o desenvolvimento do raciocínio lógico.

Para ter acesso ao artigo da citação acima, basta clicar aqui.

Exemplos práticos da união entre Robótica e Autismo

Uma pesquisa publicada na revista Science Robotics (Ciências Robóticas) teve ênfase em aprimorar robôs para utilizá-los em terapias com crianças autistas. De cara houve um desafio, se o transtorno engloba um espectro, ou seja, existem diferentes graus de autismo, como fazer um robô que auxilie no tratamento de forma personalizada?

Foi aí que surgiu o machine learning (máquina de aprendizado), um processo de aprendizagem dos computadores que se baseia na inteligência artificial e em reconhecer padrões. O intuito era auxiliar os pacientes a reconhecerem reações e emoções, uma dificuldade que muitos autistas podem ter.

Através desta tecnologia, o robô trabalha em três fases com as crianças: Sensorial, perceptiva e interativa.

No primeiro estágio a máquina realiza a gravação de movimentos, áudios, medições fisiológicas (como temperatura e pressão) e expressões. No segundo estágio o sistema analisa os dados coletados para compreender melhor não só a criança mas seus comportamentos. No último estágio o robô e o paciente interagem, se comunicam e expressam sentimentos e reações através de movimentos, poses e falas.

A aplicação dessa tecnologia no Brasil

Embora essas aplicações ainda não tenham se popularizado, graças a tecnologias como essas, os jovens autistas passaram a compreender melhor as emoções humanas, de forma mais próxima e palpável. É importante ressaltar que não se trata de substituir os robôs pelos profissionais, mas sim de utilizarmos da tecnologia como ferramenta.

Outro caso muito interessante aconteceu em Recife através do Programa Robótica na Escola. Francisco Luiz dos Santos, secretário-executivo de Tecnologia na Educação do Recife, baseou seu projeto em estudos realizados nos EUA, Portugal, Inglaterra e México. O processo é semelhante ao do Science Robotics, onde os robôs possuem atividades e planejamentos específicos para cada aluno.

Os robôs, portanto, passam a “compreender” as necessidades dos estudantes com TEA e através de brincadeiras trabalham questões pedagógicas, passando não só a compreenderem melhor o conteúdo a ser ensinado como também obtiveram desenvolvimento de linguagem, aprendizagem, e passaram a entender melhor as emoções humanas.

Onde posso encontrar terapias que se unem à robótica?

Nós da Religare possuímos todos os equipamentos com a melhor tecnologia do mercado para oferecer aos nossos pacientes o melhor tratamento possível. Nossos terapeutas trabalharão juntos à robótica em prol da evolução dos nossos pacientes, abordando cada um dos temas citados acima.

Além disso, nós contamos com Terapia ABA, Psicopedagogia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia (e cabine), Musicoterapia, Psicomotricidade, Fisioterapia, Hidroterapia e Psicologia para pais, familiares e cuidadores, afinal o acolhimento e a promoção do bem-estar é um direito de todos.

Gostaria de saber mais sobre nós ou agendar uma visita? Entre em contato conosco através do número (11) 4319-2522 e agende agora mesmo! Ficaremos felizes em receber você!